A muito antes dos primeiros passos de qualquer ser sobre a terra, travou-se a Guerra dos Deuses.
As estrelas desabaram. As marés sangraram. As montanhas, uma a uma, foram reduzidas a pó.
Durante eras incontáveis, as divindades travaram um conflito cujo verdadeiro motivo permanece oculto até hoje.
Nem os mais antigos anciães, nem os livros mais esquecidos, jamais revelaram o que teria sido digno de provocar a fúria dos eternos.
No fim da guerra, apenas três deuses restaram em meio às ruínas.
Avelora a Deusa da Vida e Mãe do Despertar, Nharok o Deus da Morte e do Silêncio, Chronarion o Deus do Tempo e Tecelão dos Séculos.
Mortalmente feridos e cientes de que seu fim era inevitável, eles uniram suas últimas forças para selar o que havia causado tamanha destruição.
Assim nasceu uma dimensão oculta, o Cemitério dos Deuses — um reino de silêncio, esquecido nas dobras do espaço-tempo, conhecido apenas em murmúrios, lendas e rastros em tomos ancestrais.
Mas os três deuses, ainda movidos por um último sopro de esperança, foram além.
Com a energia vital que lhes restava, moldaram a essência proibida que havia alimentado a guerra, fundindo-a com seus próprios poderes. Desse sacrifício nasceu o mundo: Eternum. Seu núcleo carrega a convergência de três forças primordiais:
A essência da Ordem, sustentação de toda existência e fonte dos poderes mais comuns, a essência da Lei, uma força menos compreendida, mas de poder vasto, dominada apenas por ancestrais esquecidos, a essência da Regra, um poder tão antigo e absoluto que apenas dois seres na história conhecidos — Zakir e Celestino, o Apóstolo — demonstraram sinais de sua existência. Eternum é um mundo belo e cruel, esculpido por sacrifícios divinos e assombrado por mistérios nunca resolvidos.
Agora, em meio a guerras, ruínas e ascensões, heróis e vilões caminham sem saber que, sob seus pés, ecoa o último suspiro dos deuses.
Esta é a história de um desses heróis.
Esta é a história de Arthur.